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domingo, fevereiro 5

'Preferia que ela ainda estivesse presa', diz mãe de morta em incêndio

A mãe de uma das vítimas do incêndio ocorrido na manhã deste domingo (5) na Favela do Corujão, localizada na rua João Veloso Filho, Vila Guilherme, Zona Norte da capital paulista, disse ao G1 que preferia que a filha estivesse presa a morta.
Raquel da Silva, de 24 anos, encontrada carbonizada, fugiu da prisão havia cerca de um mês, segundo Maria do Carmo da Silva.      
morador corujão (Foto: Luna D'Alama/G1)Morador observa destruição em favela que pegou fogo neste domingo (Foto: Luna D'Alama/G1)
“Ela estava na cadeia há mais de dois anos por causa das drogas. Eu preferia que minha filha ainda estivesse presa do que morta”, disse Maria do Carmo, que cria os dois filhos de Raquel – Kennedy, de 4 anos, e Evelyn, de 7.

mãe favela corujão (Foto: Luna D'Alama/G1)
Mãe de mulher morta em incêndio também morava
na Favela do Corujão (Foto: Luna D'Alama/G1)
 
O marido de Raquel, Vanderley, de 25 anos, também morreu no incêndio. Ambos estavam dormindo quando o fogo começou, por volta das 7h30. “Eu falei para ela não dormir lá na noite passada, porque ela morava comigo”, afirma a mãe. Os moradores acreditam que o fogo tenha começado no barraco onde o casal estava, pois eles foram os únicos que não sobreviveram.
A irmã de Raquel, Renata Leandro da Silva, de 28 anos, está bem, mas perdeu tudo o que tinha. Ela vivia na favela com o marido e os três filhos.

“Os bombeiros levaram mais de 40 minutos para chegar. Por sorte, o meu barraco fica longe de onde começou o fogo”, diz a recicladora Maria Aparecida Pereira, que vai continuar no local e entrar em casa assim que a área de 4 mil m² for liberada pela Defesa Civil. O filho dela e o neto tiveram o barraco destruído, e agora todos vão viver no que restou.
A Favela do Corujão tinha 300 barracos. Estima-se que 60 foram destruídos pelo fogo.Prejuízos A moradora Gisele de Almeida vive na Favela do Corujão há mais de 20 anos e cresceu junto com Raquel. Além dela, o marido e os três filhos perderam tudo. “Há mais de dez anos, houve outro incêndio aqui, mas só oito barracos foram atingidos e um homem morreu. Ele foi o responsável, ao trocar um botijão de gás com cigarro na boca”, afirma.
fogo favela (Foto: Luna D'Alama/G1)
Fogo destruiu cerca de 60 barracos, segundo o
Corpo de Bombeiros (Foto: Luna D'Alama/G1)
 
Outra vizinha, a auxiliar de produção Maria José da Silva, vai ficar na casa da mãe, próximo ao local, enquanto a ajuda não é oferecida. “Morava aqui há dez anos, com meu marido e minha filha. Não quero bolsa-auxílio de ninguém, quero um lugar para viver”, diz.
Fiação irregular
Técnicos da Eletropaulo desfizeram nesta manhã, logo após o controle do incêndio, as ligações elétricas irregulares na favela. Segundo o coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Paca de Lima, há suspeita de que o fogo tenha ocorrido por sobrecarga de energia.
“Será feita uma perícia pela Polícia Técnico-Científica após o rescaldo, para ver como a fiação elétrica foi afetada”, diz. De acordo com Lima, além dos dois mortos, houve cinco feridos – três moradores e dois bombeiros. Dois moradores foram encaminhados para o Hospital Tatuapé, um para o Hospital Santana, e os bombeiros foram para o Hospital Militar. A perícia foi realizada por volta das 14h.
“Calculamos que 410 pessoas tenham sido prejudicadas. Vamos oferecer alimentação, colchões e cobertores ainda hoje, além de providenciar um local para esses moradores dormirem”, afirma Paca de Lima. Ainda segundo ele, serão distribuídos uma cesta básica para cada cinco pessoas, um kit de higiene, um cobertor para cada um e um colchão para cada adulto – crianças devem dividi-los com os pais.
De acordo com o tenente Daniel Luiz Sobral, do Corpo de Bombeiros, seis equipes ainda trabalhavam no local por volta das 12h30 para eliminar possíveis riscos e focos de incêndio, e abrir caminho para a perícia. Os botijões de gás foram retirados dos barracos para evitar eventuais explosões. Às 15h, apenas uma viatura permanecia no local, de forma preventiva.
Às 16h30, os corpos das vítimas eram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) central. Segundo o IML, eles vão passar por uma necrópsia e a liberação pode demorar até cinco dias, porque o processo de averiguação de um corpo carbonizado leva mais tempo.

 Fonte: G1




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